A trança


Um sobre o outro e parece até que é dois 
E passa outro entre nós formando um laço 
Um homem, uma mulher, uma memória 

A memória os une numa trama, numa trança
Numa transa constante a três 
Onde um finge que supera a memória
Uma finge ser superior à memória
E a memória finge não estar lá 

Os três superpostos sobre a mesma cama
Um nunca casa só com o outro 
Nem é casa no outro, nem se amarra
Presos nesse enlace solto
Sempre um de fora ou um no meio 

O fantasma virou sinthoma 
 Virou ciúme, virou afeto
A trança virou nó e não nós
E de desfez em fios na travessia da fantasia 

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