Suspiro e suspensão
Não há silêncio num avião parado
Ou num trem, ou num carro, imagino.
Estou a uma hora num avião lotado
Parado
Um ruído alto e silencioso
Errado
Não é barulho de motor
É de frio e vento, de ar-condicionado
De pés batendo, ansiosos
Choro de criança
Ao decolar, todos dormem
Ou entorpecem
Mergulham em seus vídeos e livros
Em devaneios queimando os olhos no brilho das nuvens
Mas não num avião parado
A inquietação da ausência
Enerva mais que a vertigem
Que a velocidade e o medo da queda
O verdadeiro pavor vem
De ver tédio onde deveria ver pulsão
Força, raiva, movimento, tensão, tesão
A ausência de desejo é a morte do amor
E por uma pecinha… cancelaram meu voo.
Fiquei no chão.
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